quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ensaio de uma eterna despedida...

Sinto olhar pra você como o solitário na beira do cais olha o navio que em toda a sua opulência fica pequeno, pequenino até sumir no horizonte. Você, meu navio imenso, parece dizer por meio do aceno de mão que já é hora de dizer adeus. Eu, solitário na beira do cais, pareço responder com outro aceno pesado. Todas as suas viagens, todas as suas embarcações,as tempestades que passou, os acidentes que causou, todo o mar que te acolheu, é pra tudo isto que eu digo adeus.Não houve rupturas bruscas, a cada dia passado eu fui entendendo que toda a sua opulência sumiria no horizonte. Hoje, ainda olhando o mar, eu percebo que o céu se funde às águas e que há só um pontinho andando para longe...muito longe. Amanhã ou depois, eu vou virar as costas e abandonar o cais. Não será tarde...será no meu tempo. E caminhando passos lentos, vou rumar para o desconhecido...talvez um novo cais. Sei que você, navio errante, vai continuar andando por outras águas...suas águas. Não pense que é abandono. Há nos meus olhos uma derradeira lágrima, pesada, calejada, que circunda meus olhos e enxagua meu coração.Isto quer dizer que meu adeus é doloroso, e meu olhar mareado vai continuar de outra  forma, a te ver indo embora.
(Hoje só repliquei um texto, nesta infindável despedida)