quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Alguns escrevem para lembrar. Outros escrevem para esquecer.(Lidia Martins)

E acho que alguns como eu escrevem,  ou tentam fazê-lo,  buscando   entender o que se passa dentro de nós.  É um processo de sentimografia, ou reflexografia que resulta na impressão no papel ou na tela, do nosso momento! Sempre daquele exato momento, pois no instante seguinte, a foto não seria mais a mesma. E mesmo depois de revelada, ainda fica sujeita a mudanças. Ou pelo esmaecimento provocado pelo tempo ou pela nossa memória que irá emoldurá-la segundo o momento da nova leitura.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nós vemos nos outros o que somos...

Quer conhecer uma pessoa, peça-lhe para falar sobre alguém. Nós dizemos de nós muito mais ao falar de alguém do que quando falamos de nós mesmo.  O tempo todo estamos nos projetando nos outros, à nossa imagem e semelhança...E não só nos outros, até nas coisas que vemos, pois somos capazes de construir verdadeiras histórias sobre um monte de manchas impressas num papel, daí o uso delas nos testes psicológicos..Vem a minha cabeça uma  pergunta...Quando encontramos alguém, neste imenso mundo virtual, sem contato com o real, será que realmente chegamos a conhecer este alguém, ou são meras projeções de nossas expectativas e carências, pergunto-me eu? Só o saberemos, quando entrarmos em contato com o mundo real, e mesmo assim, ainda estaremos projetando...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

TE ESTRAÑO...

A palavra saudade só existe na língua portuguesa... o "I miss you" inglês ou o "je suis besoin de toi" francês não chegam para transmitir tudo o que a saudade quer dizer!...Fico imaginando  como alguém pode sentir algo que não tenha palavras para  traduzir, como se fora um grito parado na garganta, sem poder existir.. Mais louco ainda é quando esta saudade não é exatamente de alguém, mas do sentimento nutrido por este alguém, visto que este alguém sempre foi  intangível, quase uma peça de ficção. Na verdade, é saudade de um sonho, de um sentimento, que teima em não se exaurir.....

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

DOS SONHOS QUE SONHAMOS...

Não existe nada mais intrigante do que querer saber o que dizem nossos sonhos, pois estes, ao se verem livres dos rigores que regem nossos discursos na vigília, revelam à nossa revelia  nossos mais íntimos segredos... Mas a grande questão é como sabermos o que de fato eles estão nos contando, pois o que menos importa num sonho é o seu conteúdo explícito ou quem aparece neles, pois todos são meros coadjuvantes . Talvez, a meu ver, o que mais diga de nós num sonho seja o como estamos nele, nossa disposição nele, como reagimos aos acontecimentos sonhados...Pois nesta eterna rota  de fuga a qualquer tipo de censura, podemos até ser todos os personagens que aparecem nele, e geralmente os somos... Então, quando sonhamos que estamos apaixonados num sonho  é muito bom, embora não necessariamente por nenhuma das pessoas que possam aparecer nele! Se   estamos num momento de mudanças em nossa vida, até uma simples chave pode nos deixar desorientados, por indicar que buscamos um lugar que possamos chamar de nosso, que até já podemos ter encontrado, mas ainda não o "realizamos"... Às vezes um sonho parece tão real que nós,  mesmo ao acordar, continuamos vivendo-o como agora, onde não sei se sonhei que escrevi um texto(se é que podemos chamar isto de texto) ou se é apenas a continuação do último sonho...

BOM DIA DREAMLAND!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"cada sonho que você deixa pra trás é um pedaço do seu futuro que deixa de existir" Steve Jobs

Se há algo que não posso ser acusado, é de deixar os meus sonhos para trás... Eu tento até o fim fazer com que eles se tornem realidade, e quando sou obrigado a fazê-lo, é porque descubro que havia algo neles que não seria jamais realizável... E aí, me levanto e corro em busca de um novo sonho.
Não importa o quanto você bate, mas o quanto você aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e continuar...É assim que se ganha. (Rocky Balboa).

sábado, 10 de dezembro de 2011

O CÁLICE TRINCADO...

Não sei porque, me lembrei daquele cálice que os padres tão zelosamente guardam numa caixa aveludada, e que o pulem um pouco antes de usá-lo para a entrega das hóstias... Delicados, mas por serem de metal, não há chances de trincá-los!.. Mas não foi o que senti hoje, em relação a este cristal que eu mantive numa caixa não aveludada, mas bem junto ao meu coração, e que inadvertidamente senti algumas fissuras, ainda imperceptíveis a olhos nus, mas por estar aonde está, fica difícil   não  enxergar... Chego até a ficar em dúvida, se tais fissuras são só uma ilusão de ótica, mas pelo vazio e pelo calafrio em mim provocados, posso dizer que a percepção está mais para de um sismógrafo, do que para um leitor ótico!!! Quem sabe, não era esta a intenção pretendida a fim de definitivamente me fazer enxergar o quão flácida, frágil e sem alicerces é a nossa história (se é que existe uma história ou apenas uma coletânea de bons momentos regados a chá, cafe e muitas risadas alternados com sucos de tomate bem apimentados!).Enfim, gostaria de ter-lhe dito isto ao vivo, mas minha síndrome de abstinência que à priori já tenho pela sua ausência, far-me-ia desistir...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Doutor... só dói quando ela ri....

Embora a sensação de despedida fosse o tempo todo presente, ao vê-la brincando com as palavras e com as imagens, numa infinda colagem de emoções, e sorrindo daquele jeito que eu tanto aprendi a  admirar,  ao brincar feito criança ao se deixar fotografar em poses ditas esdruxulas,  ao rir de um comentário quase impertinente de um admirador, ao ser afinal, aquela mulher menina que tanto fez fibrilar  meu coração, nesta hora dói doutor... E o que é pior, acho que para esta dor não há remédio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A PELE EM QUE HABITO...

Durante muito tempo, convivi com um corpo que eu olhava no espelho e dizia:- "Este não é o Edson"...e me negava a ver as alterações que o tempo tinha produzido em mim, e muito mais que isto, no que eu tinha me tornado, ou estava me tornando... Um senhor, gordo e barrigudo, que em nada batia com a imagem que eu tinha de mim, mas o espelho me apontava a verdade... Pois agora, eu começo a me re-encontrar, na pele em que habito e já começo a ver a possibilidade de re-conhecer-me  de novo diante do espelho, a ponto de me imaginar como na foto aqui postada... Cabelos mais brancos e mais ralos, um certo peso ainda nas costas, mas já posso enxergar de novo o menino que habita em mim, e que por sinal, continua o mesmo sonhador e apaixonado de sempre...