sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A poeta descalça e as dedicatórias...

Embora ela se auto denomine  poeta, modelo e manequim e manicure às sextas feiras, ela é de fato uma pessoa que vive poeticamente.    Numa das pequenas histórias que ela  vive, ela me conta que ao se embrenhar (pois no caso dela é a palavra que cabe) em sebos, em busca de coisas que a surpreendam, ela às vezes fica mergulhada nas dedicatórias encontradas nos livros e viaja, na tentativa de remontar a história por trás delas... E se emociona com as histórias que vão fluindo na sua cabecinha tão cheia de sonhares...Se pergunta:- "como alguém pode se desfazer de um livro, que tenha sido dado com tanto amor?", "será que era de um amor que já morreu?", "será que esta pessoa sequer chegou a ler o livro?" ou "será que quem vendeu o livro, a preço tão vil, nem sequer teve contato com o dedicatorante, e só estava querendo fazer uma faxina na casa ou na vida?". E nestas possibilidades, ela se perde por horas a fio... Uma outra coisa que ela faz, que eu acho bonitinho, é que ela pega alguns livros, escreve dedicatórias à possíveis pessoas que irão encontrá-los, e os  deixa amarrados à uma árvore, ou a um banco de uma praça, ou até  "esquecidos" num simples banco de ônibus, só pelo prazer de dividir com alguém o prazer que ela teve  ao lê-los... Esta moça da blusa cor de rosa,  realmente me surpreende e encanta!
 p.s. (ela gosta de poeta, e não poetisa, como alguns poderiam corrigir!)

10 comentários:

Mari disse...

Poeta ou poetisa, ela transborda poesia por onde passa. Nas histórias que conta, nos sebos que visita, nas lamentações e nos pensamentos diante dos livros doados, nas dedicatórias desinteressadas, na atitude altruísta de compartilhar com o mundo aquilo que lhe faz tão bem.

Linda sua descrição. Amo muito tudo por aqui. Já tem coisa nova por lá pelo meu canto... apareça!

Um beijo!

Mery disse...

Lindo esse conto, essa moça poetisa ou não, de alma simples dedica-se a espalhar o prazer da leitura, das dedicatórias que escreve, é encantadora mesmo*.Perde horas a fio,...? Acho que não!
Que alma bendita!
É um ser humano que deveria ter oportunidade de estar sentada numa cadeira à espera de ser contemplada por seu feito, podia ser merecedora de um Prêmio, e reconhecida por todos!
Adorei conhecê-la, na minha imaginação é bela.
Um beijo grande
da Mery*...também quero te ver lá, no meu cantinho tão humilde de uma moça simples que tenta escrever. poesias

Mari disse...

tenho uma curiosidade: onde me achou?

= \

Lua Nova disse...

Há pessoas que são generosas por natureza e cuja alma conhece a felicidade também através da felicidade alheia. Essa poeta que nos dá a conhecer, o é em essência e faz da vida e da sua relação com o mundo, a sua poesia mais bela.
Saudades de ti.
Beijokas e um delicioso fds.

Marla de Queiroz disse...

Meus pés descalços me despem das vaidades que a literatura poderia ter me dado. Mas descobri que por ela fui amparada e que todos merecem este privilégio. Por isso, escrevo e leio avidamente pra aprimorar as palavras que me abraçam. E quando "esqueço" um livro com dedicatória para um desconhecido é porque lembro daquela frase: " Os livros não mudam o mundo. Os livros mudam as pessoas e as pessoas mudam o mundo..."
Boa noite, meu querido. Você é meu anjinho da guarda mais arteiro.
Beijos tantos,meus.

Lígia Guerra disse...

Isso me lembra Amélie Poulain, uma poetisa de alma que entre uma traquinagem e outra toca as emoções das pessoas. Penso que você, doce Placco, é a versão masculina de Amélie, pois sempre nos acaricia, suavemente, com as suas palavras.

Beijos Av3ssos...

Tucha disse...

Por conta desta poeta que "entorna poesia" por onde anda e também não deixa de colhê-la nas dedicatoria abandonadas que a vida cotidiana se torna mais amena.
Salve a poesia ! Viva os poetas!

Anna Alchuffi disse...

Que lindo. Adorei! Também não gosto quando me chamam de poetisa. Tive muita afinidade com o texto! Belo!

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Um texto lindo e cheio de admiração por essa poetisa...ou antes poeta.

Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora

Canto da Boca disse...

Bacana, parece que há uma conspiração do bem e para o bem da humanidade, a partir da literatura. Eu também 'esqueço livros' nos bancos, praças, padarias,, ônibus, só para fazê-los chegar a outros leitores e leitoras.
E certa feita, num sebo em São Paulo, comprei um livro só porque era de um professor meu, do Recife, e fiquei pensando, se quem comprasse aquele livro, saberia o valor daquela dedicatória, e de quem o/a escreveu?
Situações e pessoas como essa, me fazem acreditar que a humanidade seja uma tarefa possível!

Abraço!

;)